EMÍLIO Marcondes RIBAS nasceu em Pindamonhangaba SP em 11/04/1862 e faleceu em São Paulo SP em 19/02/1925. Pai: Cândido Marcondes Ribas. Mãe: Andradina Machado Ribas.
Mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Medicina, formando-se, com mérito, em 1887, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. Casou-se e e foi morar em Santa Rita do Passa Quatro e depois em Tatuí.
Consta que o Dr. Emílio Ribas foi trazido a Tatuí pelo industrial Manoel Guedes e que, além de clinicar, era médico da Fábrica São Martinho.
No entanto, no livro O Espetáculo da Cultura Paulista: Teatro e TV em São Paulo, de Davi José Lessa Mattos, consta que o Dr. Salles Gomes, importante médico, fez vir do Rio de Janeiro a Tatuí o médico sanitarista Emílio Ribas, para instalar rede de esgotos e dotar a cidade de serviços de água encanada.
Emílio residia no centro da cidade, no bangalô que ainda hoje pode ser visto na esquina das ruas Prudente de Morais e Treze de Maio, onde posteriormente morou outro médico, o Dr. Augusto Lanza. O local onde está hoje o Lar Donato Flores, era sua chácara. Ele doou a área para a construção de uma beneficência para os portadores de Mal de Hansen, que ficou conhecido como.“Hospital do Isolamento”. Mais tarde, os doentes foram removidos para a Vila São Lázaro, ficando ali abrigados até a década de 30.
Ele residiu em Tatuí durante 6 anos, e seus três filhos nasceram aqui, como conta o livro “Emílio Ribas, o Guerreiro da Saúde”, de José Lelis Nogueira.
Em 1895 foi nomeado inspetor sanitário e começou a trabalhar em São Paulo. Combateu diversas epidemias no interior do estado. Um ano depois, tornou-se diretor do Serviço Sanitário de São Paulo. Nesta época conseguiu debelar um surto de febre amarela.
Sua gestão no Instituto Sanitário duraria quase duas décadas. Durante este período, exterminou grande quantidade de viveiros do mosquito da febre amarela, o “aedes aegypti”, que também pode transmitir a dengue. Em 1904, reduziu a febre amarela a apenas dois casos no estado de São Paulo.
Foi para Cuba acompanhar estudos dos médicos Walter Reed e Carlos Finley. Voltou ao Brasil e defendeu a tese da transmissão da doença pelo mosquito, e não pelo contágio direto. A partir daí os doentes deixaram de ser mantidos em isolamento. O Hospital de Isolamento de doenças contagiosas em São Paulo passou a chamar-se Hospital Emílio Ribas, tornando-se o maior centro de infectologia da América Latina.
As ações sanitárias de Emílio Ribas no combate à febre amarela, em São Paulo, ocorreram simultaneamente às campanhas de Oswaldo Cruz contra a doença, no Rio de Janeiro.
Nos anos de 1908 e 1909, Emílio Ribas fez várias viagens de estudos e conferências pela Europa e pelos Estados Unidos. Ribas atuou ainda como sanitarista no combate a outras doenças endêmicas do estado de São Paulo. Combateu a peste bubônica, a tuberculose e a lepra.
Em seus últimos anos criou um asilo especializado para hansenianos, próximo a São Paulo, que visitava três vezes por semana. Em 1922 fez sua última conferência no centro acadêmico da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo. Três anos depois, faleceu, aos 63 anos de idade.
Em 1903, o doutor Emílio Ribas realizou uma curiosa experiência. Trancou-se numa sala com alguns voluntários e deixou-se picar por um mosquito contaminado com o vírus da febre amarela. Em outra sala fez voluntários dormirem vestindo camisas de doentes de febre amarela sujas de urina e vômito. Dessa maneira o médico – contaminado pela febre amarela – provou que a doença não se adquire por contato direto com pessoas doentes. Felizmente, ele ficou apenas algumas semanas de cama e se restabeleceu.
Foi um dos fundadores do Instituto Butantã SP.
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